sexta-feira, 6 de novembro de 2015

«I really love kids (...) cause I'm still a big kid myself»

Quinta-feira, depois de ir visitar os meus meninos do meu último estágio , dei por mim com um sorriso no rosto e a sentir-me muito mais leve. Não sei se esta é a melhor forma de o explicar mas foi mesmo assim que me senti, como se não tivesse problemas à minha volta e pudesse estar feliz por mim mesma.
Se não me engano, não os via desde meados de Junho e estava curiosa para ver mudanças e se eles ainda se lembravam de mim ou se tinham tantas saudades como eu tinha. E assim que bati à porta, abri e os meus olhos se cruzaram com os deles, já não restavam dúvidas. Ainda tentei fechar a porta para evitar o barulho e o arrastão mas não consegui evitar. 20 miúdos à minha volta foi obra! As professoras das outras salas tiveram de sair para ver quais eram as razões de tanto barulho e eu estava a ver que ainda caia com eles em cima de mim. Teve de sair a professora da sala para todos voltarem calmamente para os seus lugares e a primeira coisa que ela disse foi «eu sei que me vieram perguntar se a Cristina podia entrar mas eram vocês que não deixavam!» e eu só pensei «Estava a ver que não sobrevivia para mais uma visita por cá...»
Já lá dentro, comecei por contar algumas novidades à professora e até mesmo fui incentivada a ensinar a dizer «Bom dia» em coreano (todos eles repetiram depois de mim e até melhor que eu!). Depois fui bombardeada com todo o tipo de perguntas como «Já saíste com algum rapaz?» ou «Já terminaste a escola?» e até ouvi comentários como «Depois podes vir para aqui trabalhar, a professora precisa de ajuda».
Como fui à hora de intervalo conversei um pouco com a professora, mais sobre outras novidades desde novo ano letivo, mudanças e coisas que continuam na mesma. Quando chegou a hora de ir embora, não pude deixar de ir dar um beijo a cada uma destas pestes recebendo, também, muito amor, abraços de saudade e palavras como «tens de voltar cá todas as quartas/quintas», «vou-te dar já 50 cêntimos para ajudar na gasolina para voltares» e «para o ano vens connosco à viagem de finalistas». Acho que tudo isto são razões para encher uma pessoa de felicidade, de saudade e vontade de ficar ali e receber todo aquele carinho e amor. Além disso dá para perceber porque escolhi esta profissão, apesar de me continuar a dar trabalho e dores de cabeça (algo que acho que nunca vai acabar).


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